Eu sei que um dia tudo fica chato. Começamos a contar piadas sem graça, a perguntar os sobrinhos como vai à vida amorosa. A ver crianças que vimos crescer e falar que já a pegamos no colo, dizer que na nossa época as coisas eram bem melhores. Que os assuntos eram outros, as festas eram menos perigosas, as músicas então, na nossa época podiam ser chamadas de música, hoje em dia é só blasfêmia. As crianças vêem nossas fotos antigas e começam a rir das roupas, dos penteados, das maquiagens… Falam que era tudo brega antigamente. Mas tentamos explicar que antigamente, isso era moda. Elas começam a rir e falar que era impossível algo tão sem graça e feio, ser moda. Mas tudo isso eu tenho que viver com você, quero estar junto a ti. Quero explicar tudo isso com a sua ajuda, sentados numa cadeira na varanda. E quando falarem dos penteados eu direi que você usava um daquele jeito e esse foi um dos detalhes que fez eu me apaixonar por você. Que você me completava mesmo dançando daquele jeito, que hoje eles julgam “brega”. Não sabem que chegará certo dia, que eles começarão a achar legais as coisas antigas. A moda volta. Os penteados voltam. As músicas nunca se vão. E você eu quero que seja como a música, nunca se vá. Quero você comigo para sempre. Pois quando tudo ficar chato, você será minha alegria como é hoje e foi ontem. Nada é chato quando você está comigo. Mas quando não está, tudo é nada.
Rodrigo Amaral Franco
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